quarta-feira, 31 de agosto de 2011

FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS DEVEM SER ACESSÍVEIS ÀS ESCOLAS, DIZ PALESTRANTE…

Gazeta do Povo, 18/08/2011 - Curitiba PR

O pesquisador Paulo Blikstein defendeu novas tecnologias e os benefícios que trazem ao ensino
Adriana Czelusniak

A Tecnologia Educacional foi o tema da palestra de Paulo Blikstein, professor da Universidade de Stanford e pesquisador com foco na confluência das tecnologias com os processos de aprendizagem e da pedagogia. Blikstein, que dirige um dos principais laboratórios de tecnologia educacional dos EUA, apresentou vários projetos que ajudou a desenvolver, entre eles uma plataforma desenvolvida para ajudar crianças a entenderem a neurociência e o funcionamento do olho humano. “É usada uma caneta infravermelha para conectar pedaços do sistema, assim a criança pode conectar as partes do cérebro e ver como as imagens mudam. O resultado é uma plataforma que pode ser usada para ensinar várias coisas ao mesmo tempo”, disse.
Outro projeto mostrado pelo pesquisador é uma plataforma vertical, a primeira deste tipo no mundo, que pode ser usada para ensinar física, robótica ou química. “É um display interativo em que crianças podem resolver desafios criados por outras crianças. E funciona por rede, então dá para interagir estando em lugares diferentes. É algo que pode ser explorado de forma colaborativa e que o professor pode ver tudo o que o aluno fez, todas as ações são gravadas, então dá para ver se as crianças estão aprendendo ou não”, afirmou. Ainda sobre novas ferramentas tecnológicas e seu uso em sala de aula, o pesquisador lembrou da importância de existir a tecnologia educacional e de ela ser acessível para as escolas. “Todos os nossos projetos são de código aberto, qualquer um ode baixar na internet os arquivos e fazer em casa. Sabemos de escolas que contrataram alguém que consertava televisão para montar as placas robóticas”, afirmou. No fim da palestra, Blikstein disse que as ferramentas tecnológicas são muito importantes para o ensino e que a comparação em tempo real faz toda a diferença par ao aprendizado. “Inventar não é brincar, não é ser feliz simplesmente ou fazer as crianças mexerem com coisas tecnológicas sem consequências. Inventar é a mais complexa operação cognitiva do cérebro e a mais poderosa, e se não fosse pela invenção estaríamos na idade das cavernas”, disse. Novas exigências - O palestrante seguinte foi o professor da Universidade da Catalunha Francesc Pedró, atual chefe da Assessoria Política do setor de Educação da Unesco. Pedró também defendeu a atualização das ferramentas usadas no ensino. "É preciso revisar as exigências para ser professor. O professor que não está familizarizado com a tecnologia não pode ser professor no século 21. É preciso renovar o conceito de alfabetização digital, não se trata apenas de usar o computador", disse.